segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Intrínsecos matizes

Imagem coletada do Google Imagens
O amor é cheio de intrínsecos matizes.
Chega silencioso como a brisa.
Não admite luta, ele é sempre vencedor
no coração de quem luta contra a sua chegada.

Depois de vencer, se instala, se regala.
Estou falando do amor entre dois.
Aquele que chega e junto com ele traz
uma espécie de saudade na menor distância.

Porém, se esta distância é grande demais,
esta saudade é como fumaça sufocando o peito.
Aquele amor que traz o desejo refletido nos olhos,
e que como labaredas de fogo se espalham pelo corpo
e transcendem para a alma de uma forma singular.

Aquele amor, que se junta à paixão e, suavemente
transborda em luz, serenidade, cumplicidade,
respeito, cuidado e até um pouco de ciúmes.
Ciúmes na medida certa, porque para quem ama
não há como não tê-lo, como não senti-lo.

Dói, dói muito, mas o ciúme deve ser um tempero, de tal modo
que nunca se transforme em posse e obsessividade.
Este amor do qual falo, cheio de matizes,
tem segredos que devem ser mantidos
e que só aos dois pertence,
porque são toques tão sutis como pétalas de rosas
que quando caem debaixo da roseira
formam um tapete enfeitando o solo onde está plantada.

Neste amor, cheio de matizes, haverá sonhos,
sonhos a serem buscados a dois,
haverá momentos tristes
que devem ser contornados,
porque alimentar a lembrança
desses momentos poderá desidratar o amor.

Todo àquele que um dia já proferiu a frase mágica do Eu Te Amo
ou já sentiu esta chama reinando dentro de si
sabe que neste amor cheio de matizes,
há dias luminosos, mas também, dias apagados
e nestes dias apagados, muitos
perdem a fala para quem ama.

Haverão momentos secos, estéreis, outros molhados
cheios de fertilização trazida pelas mais diversas
emoções do viver a dois.
Mas este amor, cheio de matizes, carrega dois lados:
o direito e o avesso.

Do lado direito está tudo o que agrada,
todo o encanto, toda a magia.
Mas é do lado avesso que o amor testa o amor.

Amar só o lado direito é amar pela metade,
e esta espécie de amor não existe.
Quem ama, ama o todo,
o caule, a raiz, as folhas, flores e frutos.

Este amor cheio de matizes,
deve ter sonoridade e até nas brigas,
não deve deixar ruídos.

Cada atitude, cada palavra,
cada gesto soará de duas formas,
caso este amor vá embora repentinamente,
sem aviso, sem hora marcada.

Num eco de saudade que se levará por toda a vida,
Ou num eco de saudade amargurada,
desejando-se que o tempo volte atrás,
porém,
o tempo, soberano, jamais volta.

 

Edith Lobato

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