quinta-feira, 14 de julho de 2016

Talvez

Imagem colhida na Web
 
Talvez,
este coração aprenda que ele
estará sozinho no final da jornada.
Todas as ilusões vão se quedar;
os sorrisos se esgotarão
e ficará, apenas, o lance da saudade
em meio às, esmaecidas, lembranças.
 
 
Talvez,
eu me sente, nos fins de tarde,
no silêncio da varanda para sentir
a poesia que exala, delicadamente,
dos vasos floridos que hão de morrer,
junto à minha, infrutífera, inércia.
 
 
Talvez,
eu beba meu último gole de chá,
na caneca preferida olhando o azul
do céu ser engolido pelos flocos de algodão
e alinhave meu último poema de amor,
na jocunda imaginação dos teus braços
e do beijo que nunca te dei.
 
 
Então,
eu partirei feliz, por ter sentido
o toque do gelo e do fogo,
o sabor do amargo e do doce,
a dor e a alegria correndo por dentro
de mim feito água de cachoeira,
me transformando em poesia.
 
 
Edith Lobato - 22/01/16

domingo, 3 de julho de 2016

Em outros braços

Imagem coletada no Google Imagem
 

 
Ouves, este som que adentra teus ouvidos
e te traz as lembranças que tentas esconder
lá nos subúrbios dos teus campos de trigo.
São os nossos risos de felicidade e prazer.
 
Ouves? Essa brisa que canta suavemente,
se infiltrando em tuas memórias e te levando,
para longe, para o aconchego de um tempo,
onde fomos cúmplices de um amor ardente.
 
Sentes? Este calor que acelera teu sangue,
quando se levantam em teu subconsciente
os flashes de nós dois em majestosa alquimia
ao sabor dos raios lunares em postulante vigília.
 
Minhas memórias caminharão contigo
mesmo que em outros braços tu te aninhes,
Em meio aos arroubos de tua felicidade
teu coração, sempre, te dirá quem sou.
 
Edith Lobato - 10/02/16